O Portal da Biodiversidade dos Açores

O Portal da Biodiversidade dos Açores é um recurso único para a investigação fundamental em sistemática, biodiversidade, educação e gestão da conservação dos Açores (Portugal).

Fornece igualmente uma plataforma para a investigação em biogeografia e Macroecologia dos Açores.

O Portal da Biodiversidade dos Açores (PBA) é uma infraestrutura digital colaborativa de informação e investigação em Biodiversidade, que reúne e gere informação e recursos sobre a biodiversidade dos Açores. Esta e-Infraestrutura regional dedica-se à organização, mobilização, preservação e disseminação de dados de biodiversidade, numa plataforma que está ligada à academia, administração pública e sociedade civil.

O PBA está integrado na e-Infraestrutura Portuguesa de Informação e Investigação em Biodiversidade PORBIOTA, partilhando informação com o nó português do GBIF, e na e-Infraestrutura europeia de investigação LifeWatch ERIC.

O PBA reúne dados de cerca de 11.500 espécies (68% terrestres; 32% marinhos), oriundos de levantamentos exaustivos da literatura (data de 1844 o primeiro registo) e de trabalhos de investigação que decorrem/decorreram no arquipélago desde 1967. Entre as fontes consultadas incluem-se materiais publicados sob a forma de artigos científicos, livros e capítulos de livros, e não publicados, como relatórios de licenciatura, dissertações de mestrado e teses de doutoramento, relatórios técnicos e informação recolhida em coleções museológicas e académicas.

A base de dados taxonómicos das cerca de 11.500 espécies que constam do PBA é disponibilizada após verificação dos investigadores da equipa, e está associada a uma base de dados espaciais de presença-ausência, numa grelha de 500 m × 500 m, o que permite visualizar a distribuição detalhada de uma determinada espécie no arquipélago. Presentemente a base de dados espaciais conta com quase 2 milhões (1.809.524) de registos, directamente associados aos documentos pesquisados e à sua data de observação/captura. Para além dos dados taxonómicos e geográficos, cada página individual das espécies tem ainda associada uma elevada quantidade de informação, incluindo, sempre que possível, fotografias, nomes comuns, sinonímias, estatutos de colonização, de conservação e de gestão e hiperligações a outras páginas sobre o taxon. A secção “Pesquisar & Analisar” permite cruzar informação de várias origens de metadados, permitindo obter listagens e/ou mapas de informação complexa e georreferenciada.

O PBA tem tido uma relevância crucial em diversos projetos regionais e internacionais e é o principal suporte para as avaliações da Lista Vermelha de Espécies Ameaças da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) das espécies endémicas dos Açores.

Resumindo, o PBA mobiliza informação no âmbito da biodiversidade, da sistemática, da biogeografia e da macroecologia, partilha recursos e disponibiliza serviços que auxiliam a investigação, a tomada de decisão, a gestão, a conservação e o ensino sobre o património natural dos Açores. O PBA constitui assim um recurso incontornável para investigadores, decisores, gestores, professores, alunos e o público em geral aumentarem o seu conhecimento acerca da biodiversidade dos Açores a eficácia da sua acção na sua gestão e conservação.

Foto Líquen © Paulo A.V. Borges (Azorean Biodiversity Group)

ÂMBITO BIOGEOGRÁFICO

As ilhas oceânicas são alvo de interesse científico especial, pelos seus mecanismos de formação e desenvolvimento, pelos seus meios de colonização, pelo desenvolvimento de biotas e ecossistemas únicos e, mais recentemente, devido à perda acelerada de biodiversidade, em particular de espécies endémicas. Os Açores são ilhas oceânicas que albergam um conjunto único de espécies marinhas e terrestres, com cerca de 573 espécies e subespécies endémicas, ou seja, espécies que ocorrem de forma natural exclusivamente nesta área.

MISSÃO

A missão do PBA passa por coligir, organizar, preservar e disponibilizar informação fidedigna e ferramentas em acesso aberto para análise de dados da biodiversidade dos Açores.

OBJETIVOS

O PBA tem como principais objetivos:

  1. promover o conhecimento e a conservação da biodiversidade dos Açores, disponibilizando dados científicos atualizados sobre as espécies que se conhecem na Região, e a forma como as pessoas interagem com elas, a investigadores, decisores, gestores, educadores e à comunidade em geral;
  2. fomentar investigação de ponta nos campos da taxonomia, ecologia, biodiversidade, biogeografia e biologia da conservação insulares, promovendo o estabelecimento de sinergias entre investigadores de diferentes instituições nacionais e internacionais;
  3. agilizar a aplicação deste conhecimento na resolução de desafios sociais chave no âmbito da proteção ambiental e do desenvolvimento sustentável;
  4. aumentar a consciência e a compreensão pública sobre a biodiversidade, estimulando o envolvimento e a participação pública no âmbito da sua preservação e conservação;
  5. incrementar a partilha de dados de acesso livre, contribuindo assim para o exercício de uma cidadania ecológica mais esclarecida e ativa.

OS NOSSOS UTILIZADORES

O PBA é um recurso de referência na área da biodiversidade pensado para:

E

Investigadores nos campos da ecologia, biologia, sistemática, taxonomia, monitorização e conservação da biodiversidade;

E

Agências governamentais, gestores de recursos naturais e avaliadores de impactos ambientais;

E

Professores e educadores de várias áreas científicas e níveis de escolaridade;

E

A comunidade em geral e, em particular, pessoas envolvidas em atividades de educação ambiental e ciência cidadã.

GESTÃO/GOVERNANÇA

Direção

A Direcção é composta pelo Diretor, Vice-Director e pelos representantes dos três grupos de investigação envolvidos (Grupo da Biodiversidade dos Açores – GBA-cE3c, Cibio-Açores, Okeanos).

À Direcção compete a gestão do quotidiano do Portal, coordenando as atividades de recolha de dados, alimentação da base de dados e partilha de informação, comunicando directamente com os coordenadores das equipas de investigação responsáveis por cada grupo taxonómico e com a equipa de comunicação de ciência. Para além de coordenar a criação de conteúdos e o estabelecimento de parcerias institucionais, compete-lhe ainda desenvolver as iniciativas necessárias à sustentabilidade desta infraestrutura.

Painel informal de consultores

A direcção do PBA é apoiada por um conjunto de consultores, provenientes de diferentes instituições e e-infraestruturas congéneres, oferecendo suporte e aconselhando, de modo a garantir uma acção consistente com os parceiros do Portal da Biodiversidade dos Açores e com os princípios que orientam a conservação da natureza e a comunicação de ciência na Região Autónoma dos Açores, em Portugal e na Europa. A posição dos consultores é solicitada sempre que for julgado necessário pelos membros da direcção.

Equipa

O PBA envolve várias equipas de trabalho da Universidade dos Açores:

E

Fauna de artrópodes terrestres e outros invertebrados (Annelida, Nematoda), sob coordenação de Paulo A.V. Borges (GBA-cE3c).

E

Fauna de insectos de interesse agrícola sob a coordenação de David Horta Lopes e António Onofre Soares (GBA-cE3c).

E

Fauna de gastrópodes terrestres (Malacologia), organismos marinhos litorais, sob coordenação de António Frias Martins e Ana Cristina Costa (CIBIO Açores).

E

Organismos das águas doces sob coordenação de Vitor Gonçalves e Pedro Raposeiro (CIBIO Açores);

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Algas Marinhas sob coordenação de Ana Neto (GBA-cE3c).

E

Briófitos, fungos e líquenes, sob coordenação de Rosalina Gabriel (GBA-cE3c).

E

Plantas vasculares, sob coordenação de Luís Silva e Mónica Moura CIBIO Açores) e Rui Bento Elias (GBA-cE3c).

E

Peixes e outros vertebrados marinhos sob coordenação de João Pedro Barreiros e José Azevedo (GBA-cE3c).

E

Comunicação de ciência, sob coordenação de Ana Moura Arroz e Isabel Amorim (GBA-cE3c).

PARCERIAS E COLABORAÇÕES

O PBA partilha dados e colabora com vários portais, plataformas e infraestruturas digitais de biodiversidade, nacionais e internacionais, nomeadamente: GBIF, Naturdata, PORBIOTA, LifeWatch ERIC, Le Monde des insectes, Galerie du Monde des Insectes, UKmoths, Catalogue of the Lepidoptera of Belgium, National Museums Northern Ireland, Moths and Butterflies of Europe and North Africa e BioDiversity4All.

O grande número de imagens de espécies disponibilizadas no PBA, 19.045 imagens de 11.487 espécies dos Açores, só é possível graças à contribuição de várias pessoas, incluindo especialistas em biodiversidade, a quem deixamos expresso o nosso agradecimento (ver autorias nas fotos).

Foto Tarphius relictus © Paulo A.V. Borges (Azorean Biodiversity Group)

FINANCIAMENTO

O PBA foi desenvolvido no âmbito dos Projectos INTERREG III B “Atlântico” (2003-2005) e “BIONATURA” (2007-2008) cujos parceiros nos Açores foram respectivamente a Direcção Regional do Ambiente e do Mar e a Agência Regional da Energia e Ambiente – ARENA. O Chefe de fila do Projecto foi a Consejeria de Medio Ambiente y Ordenacion Territorial do Governo das Canárias, Espanha.

Entre 2012 e 2014 teve o financiamento do projecto “ATLANTIS-MAR – Mapping coastal and marine biodiversity of the Azores” (M2.1.2/I/027/2011 – Direcção Regional da Ciência e Tecnologia do Governo Regional dos Açores).

O PBA foi recentemente financiado pelo FEDER em 85%, e por fundos regionais em 15%, via o Programa Operacional Açores 2020, através do projeto “PORBIOTA-AZORES BIOPORTAL” (ACORES-01-0145-FEDER-000072) (2019-2022) e é atualmente financiado pelo projeto “Azores Bioportal – Portal da Biodiversidade dos Açores” (FRCT M1.1.A/INFRAEST CIENT/001/2022) (2022-2023).
Em 2023-2024 financiado igualmente pelo projecto FCT-UIDB/00329/2020-2024 no âmbito do financiamento Plurianual para o cE3c (Grupo da Biodiversidade dos Açores).
O CIBIO-Açores é financiado por Fundos FEDER através do Programa Operacional Fatores de Competitividade – COMPETE e por fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito do projeto (FCT) UIDB/50027/2020 (CIBIO) e (FCT) UIDP/50027/2020 (CIBIO).